A capa da revista Veja desta semana é uma afronta a população de São Paulo.
A reportagem diz que Serra deixa a casa em ordem para se candidatar a presidente. É importante lembrar que o governador deixou o governo de São Paulo com a greve dos professores e de servidores da saúde e também com indicativo de greve da polícia civil, isso é casa em ordem?
José Serra recusou-se a dialogar com os docentes e quando tentamos uma negociação no Palácio dos Bandeirantes, fomos recebidos a balas e bombas. É ignorando a data-base dos servidores da educação que ele deixa a casa em ordem? É ignorando os servidores da saúde que ele deixa a casa em ordem? É sucateando a polícia civil que ele deixa a casa em ordem?
A Veja só faltou chamar Serra de ursinho pimpão, publicou uma capa com um rosto meigo e simpático, escondendo as verdades de um governo que recebeu à balas os educadores paulistas. Por que a revista não divulga dados sobre a política educacional em São Paulo? Por que não fala sobre a política imunda de bônus que tenta comprar os professores para não dar reajuste digno e legal? Por que não aborda as propagandas enganosas veiculadas nas redes de televisões e rádios sobre uma escola estadual que não existe, sobre salas de informáticas fantasmas, sobre a utopia de existir dois professores por sala? Por que não fala que o governo tucano acabou com a educação em São Paulo, criando o regime de progressão continuada e assim jogando a escola no lixo e transformando em verdadeiras creches, onde o que menos importa é o aprendizado? Por que não divulga a existência das escolas de latas, as aulas de recuperação em pátio? Há tantos outros problemas encontrados na escola estadual mais próxima que deveriam ser noticiados pela mídia.
Eu não sei qual ordem a revista Veja se refere, na realidade e veracidade dos fatos José Serra deixa São Paulo em caos para tentar a presidência. A propaganda eleitoral antecipada veiculada por esta revista não será julgada? O jingle da Rede Globo com total alusão a campanha de Serra também não será punida? A música tema está totalmente atrelada ao slogan de campanha do tucano além de aparecer o número 45, mesmo número de legenda do PSDB. Para quem sabe ler um pingo é i.
A justiça deve ser imparcial e fazer valer o que determina a lei.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
sexta-feira, 9 de abril de 2010
A Luta continua!
Parabéns, professores e professoras. A mobilização continua. Reunião com o secretário da Educação na terça-feira, 13/04
09/04/2010
Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado!
Rui Barbosa
A greve é sempre um momento crucial. Demanda esforço, emoção, desprendimento e espírito de luta. Nós suspendemos a nossa greve para continuar a luta por outros meios, de cabeça erguida, orgulhosos de sermos professores e professoras.
Não existe greve que não tenha resultados, e a nossa também terá. De certa forma já somos vitoriosos, porque tivemos a coragem de fazer uma greve muito difícil e, com ela, expusemos para São Paulo e para o Brasil a realidade da nossa categoria e a situação da escola pública, que os tucanos querem fazer crer com sua propaganda que é ótima e que está melhorando com suas políticas. Quebramos a blindagem do governo Serra/Goldman e recolocamos a educação no centro das atenções.
Fizemos uma greve contra um dos governos mais autoritários e truculentos que São Paulo já conheceu. Um governo que utiliza seu apoio de mídia, sua esmagadora maioria parlamentar, o apoio que detém em certa base social (de elite), não para fazer avançar o estado de São Paulo economica e socialmente, mas para impor políticas definidas em âmbito restrito sem qualquer tipo de consulta ou debate com a sociedade.
Sabíamos que a luta não seria fácil. E não está sendo. Mas milhares de professores e professoras, embora cientes de todas as dificuldades, permaneceram na greve do primeiro ao último dia. Apesar das ameaças, notificações, pressões, perspectiva de não receberem salários. São guerreiros e guerreiras da educação, que merecem parabéns pelo esforço e pelo exemplo.
Convido todos e todas a comparecem à Praça da República na terça-feira, 13/04, a partir das 11 horas, pois às 11h30 se inicia mais uma reunião com o secretário da Educação. Ali vamos defender, como sempre, nossas reivindicações e pressionar pelo pagamento dos dias parados.
09/04/2010
Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado!
Rui Barbosa
A greve é sempre um momento crucial. Demanda esforço, emoção, desprendimento e espírito de luta. Nós suspendemos a nossa greve para continuar a luta por outros meios, de cabeça erguida, orgulhosos de sermos professores e professoras.
Não existe greve que não tenha resultados, e a nossa também terá. De certa forma já somos vitoriosos, porque tivemos a coragem de fazer uma greve muito difícil e, com ela, expusemos para São Paulo e para o Brasil a realidade da nossa categoria e a situação da escola pública, que os tucanos querem fazer crer com sua propaganda que é ótima e que está melhorando com suas políticas. Quebramos a blindagem do governo Serra/Goldman e recolocamos a educação no centro das atenções.
Fizemos uma greve contra um dos governos mais autoritários e truculentos que São Paulo já conheceu. Um governo que utiliza seu apoio de mídia, sua esmagadora maioria parlamentar, o apoio que detém em certa base social (de elite), não para fazer avançar o estado de São Paulo economica e socialmente, mas para impor políticas definidas em âmbito restrito sem qualquer tipo de consulta ou debate com a sociedade.
Sabíamos que a luta não seria fácil. E não está sendo. Mas milhares de professores e professoras, embora cientes de todas as dificuldades, permaneceram na greve do primeiro ao último dia. Apesar das ameaças, notificações, pressões, perspectiva de não receberem salários. São guerreiros e guerreiras da educação, que merecem parabéns pelo esforço e pelo exemplo.
Convido todos e todas a comparecem à Praça da República na terça-feira, 13/04, a partir das 11 horas, pois às 11h30 se inicia mais uma reunião com o secretário da Educação. Ali vamos defender, como sempre, nossas reivindicações e pressionar pelo pagamento dos dias parados.
sábado, 3 de abril de 2010
Filme: Chico Xavier
O filme nacional Chico Xavier (veja trailer e fotos) conta a história do líder espírita mais conhecido do Brasil. No longa-metragem, o diretor Daniel Filho retrata desde a infância pobre até a morte de Francisco Cândido Xavier (1910 – 2002).
Nascido em Minas Gerais, o médium Chico Xavier ficou famoso após psicografar mensagens que seriam de espíritos. No elenco estão Nelson Xavier, Giovanna Antonelli, Letícia Sabatella, Tony Ramos, Christiane Torloni, Laura Cardoso, Ângelo Antônio, Giulia Gam e Ailton Graça, entre outros.
sexta-feira, 2 de abril de 2010
O apoio do Lula
Presidente não cita SP, mas diz que paralisações ajudaram a melhorar ações do governo
Sobre as multas que levou do TSE por propaganda antecipada, petista ironiza e diz que precisa se “conter” durante os seus discursos
SIMONE IGLESIAS DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou sua ida a um evento de educação para defender o direito de greve dos professores, dizer que a categoria não é valorizada e afirmar que não se conforma com os baixos salários pagos a eles.
Apesar de não ter citado a situação em São Paulo, a fala de Lula foi uma provocação ao governador e pré-candidato tucano à Presidência, José Serra, que enfrenta uma greve de professores há 25 dias. Os tucanos alegam que a greve é política.
Lula fez duas referências ao direito à greve, ao falar para cerca de 3.000 pessoas que estavam na 1ª Conferência Nacional de Educação.
Primeiro, ao listar uma série de ações do seu governo na área, disse: “Não pensem que a gente chegou até aqui apenas por nossa vontade. É porque as cobranças de vocês, as conferências de vocês, as greves de vocês, as conversas de vocês é que fizeram a gente entender que um governo bom não é aquele que governa dissociado do povo. Um governo bom é aquele que tem capacidade de colocar em prática como políticas públicas o que ouve em cada rua, em cada escola, em cada fábrica, em cada banco”.
Depois, fez elogios ao ministro Fernando Haddad (Educação), chamando-o de “dádiva de Deus” e dizendo que ele soube formar uma boa equipe na pasta, capaz de atender às demandas do setor.
Para Lula, os professores em greve agem como uma “torcida organizada” para serem valorizados. “Um técnico não ganha jogo, é preciso que tenha bons jogadores do seu lado, e da torcida organizada, que são os educadores deste país que vão à luta, que brigam, que exigem, que fazem greve, que negociam, mas que, muitas vezes, não são valorizados.” Lula afirmou que, nos últimos 30 anos, os professores tiveram a profissão “judiada”, “sucateada” e “maltratada”. De acordo com ele, os educadores costumam ser lembrados apenas no dia 15 de outubro-Dia do Professor.
”Não me conformo é alguém achar que um piso de R$ 1.020 é alto para uma professora que toma conta dos nossos filhos”, disse, em referência ao valor nacional de referência do Ministério da Educação para professores da educação básica.
Ontem, a Folha mostrou que São Paulo caiu quatro posições no ranking de salário de docentes, ocupando a 14ª posição entre os 27 Estados. No sistema paulista, o salário é de R$ 1.834, para uma jornada de 40 horas semanais.
Multas
No evento, o presidente ironizou as multas que recebeu do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
“Hoje eu vou ler o meu discurso porque estou sendo multado todo dia, e daqui a pouco eu vou ter que trabalhar o resto da vida para pagar multa. Eu vou me conter”, disse, ao ser aplaudido. Os professores gritaram palavras de apoio à candidatura de Dilma Rousseff: “O povo decidiu. Agora é a Dilma presidente do Brasil”.
Lula disse ainda que rejeita a ideia de se tornar “ex-presidente” e que, quando acabar seu mandato, continuará “andando pelo país”.
OBS: A foto que ilustra este post é de Ricardo Stuckert, fotógrafo oficial da Presidência da República, e foi publicada pelo jornal O Globo
Nossa luta é justa!
São Paulo cai quatro posições em ranking salarial de docentes
Folha de S. Paulo - 01/04/2010
Levantamento da Folha considera remuneração inicial na rede estadual; SP tem 2º melhor salário entre Estados com mais alunos
Governo Serra tem adotado políticas para remunerar melhor professor que for bem em avaliações; último reajuste geral foi em 2008
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
LUIZA BANDEIRA
SILVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
A rede estadual paulista de ensino caiu quatro posições desde 2007 no ranking nacional de salários iniciais, para professores da educação básica. Ocupa hoje a 14ª colocação entre os 27 Estados. Já dentre os cinco com o maior número de alunos, está em segundo lugar.
O levantamento, feito pela Folha, mostra que a hora-aula paga em São Paulo equivale à metade da de Roraima, unidade com a melhor remuneração.
No sistema paulista, o salário é de R$ 1.834, para uma jornada de 40 horas semanais. Foi considerada a remuneração inicial (que abrange metade da rede estadual de SP) dos docentes com formação superior.
Entre os cinco maiores sistemas de ensino, apenas o Paraná paga mais que São Paulo. Atrás vêm Rio, Bahia e Minas Gerais.
Parte dos docentes paulistas está em greve há quase um mês. Eles exigem reajuste de 34,3%. Desde 2008 não há aumento e desde 2005 os reajustes aos docentes estão abaixo da inflação.
A política implementada pelo governo Serra, que seguirá com Goldman (ambos PSDB), foi dar dinheiro extra aos docentes mais bem avaliados. Ontem, por exemplo, a Secretaria da Educação anunciou que 20% dos docentes ganharam aumento de 25% -eles tiveram as maiores notas numa prova.
A pasta diz entender “que motivar e valorizar o professor é o caminho mais adequado para melhorar a educação”. O governo não comentou o ranking. Sobre o reajuste pedido pelos grevistas, afirmou que desorganizaria as finanças do Estado.
Educadores ouvidos pela reportagem consideram o salário inicial um fator importante para determinar o perfil de profissional que a rede de ensino vai atrair. Há discordância, porém, sobre o peso desse indicador na qualidade da educação.
“São Paulo está evidentemente com um salário baixo. Se considerar o custo de vida no Estado, a situação é ainda pior. É difícil atrair e reter bons profissionais”, diz o coordenador da pós-graduação em educação da USP, Romualdo Portela.
Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), São Paulo tem a segunda cesta básica mais cara dos país, só abaixo da de Porto Alegre.
“O salário inicial é importante. Mas o jovem também olha as possibilidades de ascensão na carreira”, afirma o pesquisador Eduardo Andrade, do Insper (antigo Ibmec-SP).
Novo ranking
Desde 2007, quando a reportagem fez o último ranking, ultrapassaram São Paulo os Estados do Espírito Santo, Amapá, Mato Grosso e Paraná.
“O Estado vem recuperando os salários desde o ano 2000. Diminuíram as greves, melhorou a qualidade de ensino”, afirma o representante dos professores da rede estadual do Mato Grosso do Sul (7º no ranking), Jaime Teixeira.
Folha de S. Paulo - 01/04/2010
Levantamento da Folha considera remuneração inicial na rede estadual; SP tem 2º melhor salário entre Estados com mais alunos
Governo Serra tem adotado políticas para remunerar melhor professor que for bem em avaliações; último reajuste geral foi em 2008
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
LUIZA BANDEIRA
SILVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
A rede estadual paulista de ensino caiu quatro posições desde 2007 no ranking nacional de salários iniciais, para professores da educação básica. Ocupa hoje a 14ª colocação entre os 27 Estados. Já dentre os cinco com o maior número de alunos, está em segundo lugar.
O levantamento, feito pela Folha, mostra que a hora-aula paga em São Paulo equivale à metade da de Roraima, unidade com a melhor remuneração.
No sistema paulista, o salário é de R$ 1.834, para uma jornada de 40 horas semanais. Foi considerada a remuneração inicial (que abrange metade da rede estadual de SP) dos docentes com formação superior.
Entre os cinco maiores sistemas de ensino, apenas o Paraná paga mais que São Paulo. Atrás vêm Rio, Bahia e Minas Gerais.
Parte dos docentes paulistas está em greve há quase um mês. Eles exigem reajuste de 34,3%. Desde 2008 não há aumento e desde 2005 os reajustes aos docentes estão abaixo da inflação.
A política implementada pelo governo Serra, que seguirá com Goldman (ambos PSDB), foi dar dinheiro extra aos docentes mais bem avaliados. Ontem, por exemplo, a Secretaria da Educação anunciou que 20% dos docentes ganharam aumento de 25% -eles tiveram as maiores notas numa prova.
A pasta diz entender “que motivar e valorizar o professor é o caminho mais adequado para melhorar a educação”. O governo não comentou o ranking. Sobre o reajuste pedido pelos grevistas, afirmou que desorganizaria as finanças do Estado.
Educadores ouvidos pela reportagem consideram o salário inicial um fator importante para determinar o perfil de profissional que a rede de ensino vai atrair. Há discordância, porém, sobre o peso desse indicador na qualidade da educação.
“São Paulo está evidentemente com um salário baixo. Se considerar o custo de vida no Estado, a situação é ainda pior. É difícil atrair e reter bons profissionais”, diz o coordenador da pós-graduação em educação da USP, Romualdo Portela.
Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), São Paulo tem a segunda cesta básica mais cara dos país, só abaixo da de Porto Alegre.
“O salário inicial é importante. Mas o jovem também olha as possibilidades de ascensão na carreira”, afirma o pesquisador Eduardo Andrade, do Insper (antigo Ibmec-SP).
Novo ranking
Desde 2007, quando a reportagem fez o último ranking, ultrapassaram São Paulo os Estados do Espírito Santo, Amapá, Mato Grosso e Paraná.
“O Estado vem recuperando os salários desde o ano 2000. Diminuíram as greves, melhorou a qualidade de ensino”, afirma o representante dos professores da rede estadual do Mato Grosso do Sul (7º no ranking), Jaime Teixeira.
A greve da hora
JANIO DE FREITAS
Folha de S. Paulo, 01/04/2010
A IDEIA DO PSDB de buscar uma punição judicial para o sindicato dos professores oficiais de São Paulo, por considerar que a greve da classe tem propósitos eleitorais, é uma mau começo de campanha para José Serra e os candidatos peessedebistas em geral, no Estado.
Não é preciso, nem seria sensato, duvidar do componente eleitoral da greve. Por ao menos dois bons motivos, melhor caberia louvar a ocorrência de uma greve também política.
É legítimo, e da própria definição de sindicato, que participe da vida política com a posição mais conveniente à classe. Inclusive com greves, cuja base legal ou ilegal só à Justiça, e jamais a governos e à polícia, cabe proclamar. O histórico reacionarismo brasileiro foi que propagou a ideia de que sindicatos e congêneres só podem promover ações sem mais pretensão ou conotação do que reivindicações profissionais específicas. E, ainda assim, bastante estritas e sob legislação muito restritiva.
O outro motivo para ver a greve sem olhos injetados é o fato mesmo, só ele, de ser uma greve lançada por associação de classe. Se tem componente político e eleitoral, não foi dele e por ele que nasceu. Foi, como ficou bem registrado em editorial da Folha de ontem, do fato de que, “desde 2005, os professores paulistas receberam apenas 5% de aumento salarial, contra uma inflação de 22% no período”.
Não fosse esse tratamento iníquo ou, mesmo com ele, não coincidisse o acúmulo de iniquidade com a fase já eleitoral, o governo Serra e o PSDB em geral não teriam por que falar em greve política e eleitoreira. No final, importa muito mais é que uma associação de classe se mostre viva, quando todas as associações devedoras da ação política própria da democracia parecem, há tanto tempo, sugadas de toda a sua vitalidade.
Impedir sindicatos e congêneres de se manifestar politicamente seria trazer de volta um pedaço de ditadura.
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