Nesse inicio de século, deparamos com a evolução tecnológica que adentra os nossos lares cada vez mais rápida. Adentra também as escolas por meio dos discentes que chamam a atenção com seus equipamentos modernos, sofisticados de ultima geração, alunos que portam esses materiais alheios aos exigidos pela escola. É a geração da modernidade que também está refletida no vocabulário utilizado entre as conversas, reforçada ainda mais nos sites de relacionamentos onde a informalidade da língua ganha adeptos e torna-se motivo de pesquisas universitárias.
Esse novo jeito de expressar é tão instigante que foi inclusive tema do programa Observatório da Imprensa, exibido no dia 29/03/2005 pela TV Cultura de São Paulo, esse mesmo programa elaborou uma enquete com a seguinte questão:
“As licenças de linguagem na internet empobrecem a língua portuguesa?”, o resultado foi uma arrasadora porcentagem de 72% dos internautas que afirmaram tal questão. Mas alguns especialistas não pensam dessa maneira, um dos mais respeitados lingüista e escritor, Marcos Bagno não vê nada de prejuízo na língua portuguesa com esse novo código:
- “A Internet é uma escrita virtual, uma fala digitalizada, uma mescla das duas modalidades da língua. O conteúdo só interessa a quem escreve e a quem lê. Assim como é inútil tentar corrigir a língua falada, também me parece inútil tentar corrigir a língua escrita na web, porque ela é fugaz, efêmera e se dissipa no ar, porque sequer chega a ser impressa”.
Por se tratar de um país que pouco lê e pouco escreve, podemos ver essa nova maneira de expressar como algo positivo porque estão escrevendo bem mais que outrora. É só fazer uma pesquisa e constataremos que poucos jovens se atreviam a escrever cartas para os seus amigos ou quem quer que seja do seu circulo de amizade. O que são os e-mails e scraps senão pequenos recados, cartas digitais! É a carta moderna, tudo de acordo com o estado evolutivo em que se encontra a humanidade.
Importante faz-se ressaltar também trata-se de uma linguagem entre amigos e não há elocução mais apreciativa entre pessoas afins do que aquela que não exige regras e/ou composições de frases complexas, estruturas dignas de um fanático gramático.
Mas como a escola pode situar-se no meio dessa “guerra de modernidade”? porque os alunos estão vivendo no moderno, independente de sua classe social, qualquer individuo tem acesso ao mundo sem fronteiras da internet através das lan houses que se multiplicam pelas ruas de todo o país.
A escola não pode deixar de acompanhar as evoluções tecnológicas porque senão será taxada de arcaica e assim sendo não atrairá para si o interesse do alunado que encontra-se totalmente envolvido, fascinado e inserido nessas revoluções modernas. A escola que deseja ser objeto de desejo dos discentes deve acompanhar o que contemporâneo e jamais condena-lo, deve adequar-se as novas situações e traze-las para a sala de aula em forma de discussões, na intenção de interagir com os interesses de seus freqüentadores.
A partir do pressuposto de que deve formar cidadãos conscientes, formadores de opinião e atualizado da situação atual, a escola não pode fugir da sua função, fugir da realidade e fingir que os nossos alunos falam e escrevem de forma culta, basta de fingimento! É uma necessidade trabalhar com os educandos a partir do que eles já conhecem, é desse ponto que o professor deve começar o seu trabalho de instigador do conhecimento. O docente não sabe tudo, portanto não é detentor do conhecimento, ele é um mediador entre aluno e conhecimento, o nosso papel é instigar o interesse adormecido nos discentes, despertando-os para o aprendizado.