terça-feira, 16 de março de 2010
Greve dos professores
A greve dos professores da rede pública estadual paulista é um fato verídico que o governo contesta!
A estupidez de um governador tem limite e aqui em São Paulo já ultrapassou todos os níveis aceitáveis, até quando vamos tolerar esses ataques? Somos membros de um dos maiores sindicatos da América da Latina e mesmo assim nossa voz na surte efeito nos ouvidos dos governantes, está faltando a união, uma voz que grita o mesmo som, um por todos e todos por um! O professor em muitos casos acaba sendo egoísta, pensa somente em si, é tão comum em dia de paralisação professor querer abonar, doar sangue ou dar falta médica na intenção de dizer que aderiu a paralisação, é nojento ver colegas fazerem isso. Sem falar naqueles que vão substituir os que estão parados! É revoltante, é asqueroso um grupo parar em defesa dos direitos de todos enquanto outros professores estão substituindo os nas escolas. Afinal que classe é essa? Que se vende por míseros do bônus, vão a televisão e falam bem de um governo que só nos faltam crucificar porque o mais ele já nos fez.
Reunidos dia 05 de março de 2010 na Praça da República em São Paulo, deflagramos greve por tempo indeterminado em decorrência das muitas mazelas que estamos sofrendo, somos vítimas de um governo opressor que está acabando com a educação pública paulista!
No dia 05 de março estávamos em mais de dez mil profissionais reunidos por esta causa, o governo não aprendeu a fazer conta e disse que havia apenas mil pessoas. Os grandes meios de comunicação paulista também limitou-se a divulgar apenas o que convém ao governo e sequer publicou uma nota falando sobre o nosso movimento.
Buscamos o apoio de nossos alunos e sabemos que conseguimos porque eles conhecem a nossa realidade, eles vivenciam o estado calamitoso em que se encontram a nossa situação trabalhista. Nossos docentes questionam as propagandas divulgadas nos meios de comunicação que apontam uma escola dos sonhos, algo surreal e jamais visto em São Paulo.
Os meus alunos sabem que eu não ganho 15 mil de bônus, sabem o valor da aula que ministro, sabem que também não possuo transporte e vou a pé para a escola, são conscientes que fui classificado como categoria O e terei que cumprir um gancho de 200 dias sem poder ministrar aulas, eles conhecem a verdade e não se deixam enganar por propaganda enganosa e mentirosa. Eu como um profissional da educação faço questão de desenvolver e estimular o senso crítico dos meus alunos para que eles saibam cobrar, questionar e formar opiniões, perguntar sobre tudo o que julgarem duvidoso.
O governo não cumpre a data base estipulada por lei e cria milhares de avaliações excludentes com o intuito primordial de achincalhar e humilhar os servidor público. Simplesmente condicionou o nosso reajuste salarial a uma estúpida prova onde somente os 20% melhores do estado vão conseguir aumento se houver dinheiro em caixa e os demais continuam a míngua.
A nossa greve não tem por objetivo apenas um reajuste, ela está embasada em vários outros pontos importantes e a luta é de todos. Somos xingados e ofendidos de vagabundo e outras palavras de baixo calão, mas poucos conhecem o que de fato estamos enfrentando.
Não temos medo das represálias que muitos falam que vamos sofrer! Basta! Vamos à luta, pois a nossa causa é justa e moral, não estamos reclamando de barriga cheia, estamos descontentes com os rumos em que estão seguindo a nossa profissão. A greve é o último recurso que o trabalhador tem contra o empregador que não os atende e não cumpre o que determina a lei.
“Aos inconformados, aos que ousam contestar, desafiar ou até enfrentar a autoridade estabelecida; aos revolucionários; aos que se põem no rumo do além dos preconceitos e do ‘natural das coisas’, é a estes que a humanidade deve o seu progredir.
Os que destas lutas fazem o seu dia-a-dia é que são imprescindíveis.
Os que, além disto, sabem dos inúmeros pequenos passos e tropeços de que se fazem os caminhos – e não se rendem – são ainda melhores “. (autor desconhecido).
Eu acredito na luta do professorado, dia 12 de março estaremos todos no vão livre do MASP em São Paulo, eu acredito no poder que temos, somos formadores de opinião e se queremos algo devemos lutar e resistir com bravura.