sexta-feira, 26 de março de 2010

O palácio é do povo, e não do rei!

Sem Serra, professores lotam Morumbi para falar com vice; PM entra em confronto

Por: Redação da Rede Brasil Atual

Publicado em 26/03/2010, 15:00

Última atualização às 18:29

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PM entra em confronto com manifestantes. Segundo primeiras informações há feridos. Acompanhe também em tempo real pelo twitter.

Neste momento, alguns professores tentam encontrar lugar a salvo da ação da Polícia Militar, ao passo que outros se ocupam de ajudar os feridos e consolar aqueles que estão chorando. A Apeoesp utiliza seu caminhão de som para tentar chegar ao ponto de negociação e dar proteção aos manifestantes.

Há duas versões para explicar o início da ação policial. Uma delas, dada por professores que estavam próximos ao local onde começou o problema, é de que os policiais queriam avançar com o cordão de isolamento e, para isso, lançaram mão de bombas ditas de efeito moral. A outra, oficial, é de que estudantes deram início à confusão.

O vereador paulistano Jamil Murad (PcdoB), que integrou a frente parlamentar que tentou negociar com o governo José Serra, afirmou ter ouvido em tom “categórico” do coronel responsável pelo policiamento que a ordem é impedir a chegada ao Palácio dos Bandeirantes.

“O palácio é do povo, não é do rei”, reagiu um professor de Carapicuíba que sofre os efeitos das bombas e do gás pimenta.

São Paulo - Uma grande movimentação toma conta dos arredores do estádio do Morumbi, em São Paulo. Não é dia de jogo, mas os professores estaduais em greve desde o dia 8 de março prometem encher a região na manifestação desta sexta-feira (26). Em uma contagem parcial, cerca de 45 mil pessoas estão no local.

Após realizar assembleia em frente ao estádio do Morumbi e manter a greve por tempo intederminado, os professores se dividiram. Uma parte subiu até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, e lá, segundo informações da Apeoesp, foram agredidos pela PM. A outra parte permanece nos arredores do estádio.

Muitos professores estão próximos ao primeiro cordão de isolamento na avenida Giovanni Gronchi ou encurralados nas ruas laterais.
Antes, os professores haviam recebido a informação de que uma comissão de negociação seria recebida pelo secretário da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira. No entanto, essa reunião ainda não está descartada. Um grupo de deputados estaduais está neste momento nos Bandeirantes tentando abrir um canal de comunicação.

A próxima assembleia está marcada para o dia 31 de março, às 15h, dia em que o funcionalismo público estadual prepara o 'bota-fora' para o governador José Serra, pré-candidato pelo PSDB à Presidência da República.

Um dia de protesto

Os manifestantes se reuniram em frente ao estádio do São Paulo. O ato, que estava previsto para começar às 15h, atrasou pois vários ônibus que vinham do interior não conseguiram chegar até a região. Segundo fontes ouvidas pela Rede Brasil Atual alguns foram barrados, segundo fontes, na Rodovia Castelo Branco e Raposos Tavares, além da Marginal Tietê. De acordo com a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), esse atraso foi ocasionado pelas Polícia Militar que fez "revistas" demoradas nos ônibus, tudo para esvaziar o protesto. São esperados 200 ônibus de outras cidades para chegar ao número de 100 mil professores que querem que suas reivindicações sejam atendidas pelo governo do Estado.

Outro motivo do atraso foi a chuva que castigou a região. Por volta das 14h chovia granizo. "Estamos fazendo um pedido para que a PM libere nossos ônibus para chegarem aqui. Se o Serra não está, o vice (Alberto Godman) está e ele pode nos receber. Esperamos que o governo tenha o bom senso de receber os trabalhadores para negociar", disse o secretário-geral da Apeoesp, Fabio de Moraes, antes da manifestação. O governador está em Presidente Prudente, a 560 km da capital.

De acordo com informações, a Polícia Militar fez um bloqueio na praça Vinicius de Morais para impedir que os manifestantes cheguem à sede do governo paulista. Só em uma das áreas ao redor há 350 policiais e 56 viaturas, além da cavalaria, força tática e a tropa de choque.

A assessoria de imprensa da Polícia Militar nega que haja "revistas" demoradas nos ônibus com manifestantes e também não dá informações sobre o efetivo na região.

Reivindicações
reajuste imediato de 34,3%;
incorporação de todas as gratificações e extensão aos aposentados, sem parcelamento;
contra o provão dos ACTs;
contra a avaliação de mérito;
pela revogação das leis 1093, 1094, 1097;
por um plano de carreira justo;
concurso público de caráter classificatório.


http://www.redebrasilatual.com.br/temas/trabalho/professores-em-greve-em-sao-paulo-2010-2010-03-26 26/MARÇO/2010

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